O Brasil está vivenciando a maior crise econômica de toda a sua história, totalmente sem precedentes, com contornos de tempestade perfeita e com fim previsto para meados de 2018 ou 2019.
Englobando situações de difícil resolução como crise econômica, política e ética ao mesmo tempo, temperadas com aumento do desemprego, da inflação, dos juros, do dólar e da perda do Grau de Investimento do Brasil e diversas grandes empresas por importantes agências de classificação de risco.
Some-se a isso o fato de que, como no Brasil quase sempre os interesses dos políticos se sobrepõem aos interesses econômicos da nação, o envolvimento de gente poderosa nos escândalos da Operação Lava Jato fomenta alianças com objetivos escusos em comum, no sentido de se safar de possíveis penalidades.
Então realmente podemos evidentemente constatar que realmente existem vários ingredientes para uma tempestade perfeita.
Toda essa situação está obrigando as nossas jovens instituições democráticas a provarem o seu verdadeiro e real valor, coisa que felizmente vem acontecendo em meio a tantas notícias ruins.
Porém o intuito deste artigo não é fazer uma reflexão sobre as causas da crise, quero focar no que interessa nesse momento:
Como passar incólume por ela, talvez aprender alguma coisa e quem sabe ainda até sair mais fortalecido no seu fim.
Isso mesmo!
Crises sempre existiram e sempre existirão, elas são cíclicas, isso é um fato mundialmente conhecido no Capitalismo.
O mais importante é conseguir enxergar as oportunidades que vêm embutidas em todas elas, isso também é um fato real e relevante.
Veja como!
#1 Não se desespere!
Estamos (quase) todos no mesmo barco chamado Brasil.
Lembro da resposta de um empresário referente ao questionamento sobre sua preocupação quanto ao fato de sua empresa ter perdido 50% do faturamento desde a eclosão da crise.
Sua resposta:
“Não estou nem um pouco preocupado, não é só a minha empresa que está passando por isso.
Se fosse só a minha, aí sim eu estaria.”
No momento em que todos estão passando por dificuldades e o “Deus nos acuda” é geral, quem tiver mais discernimento para lidar com situações difíceis se sairá melhor entre os mortos, os feridos e os ilesos.
Nessas horas, agir com frieza e calma faz surgir uma visão diferenciada da maioria das pessoas, que agirá sem pensar, tomadas pelo desespero por ter saído de sua zona de conforto.
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Tenha a certeza de que será tomando as decisões mais acertadas agora que você norteará o caminho que sua vida ou empresa irá tomar em meio à tempestade.
Decidir o que fazer no calor das más notícias talvez complique ainda mais as coisas.
Procure viver um dia de cada vez, planejando e realizando ações que só irão refletir nos próximos meses mas que podem ser feitas agora.
A expressão Carpe Diem se encaixa perfeitamente nessa linha de pensamento.
Viva o presente, e nele trabalhe para o futuro.
Planeje hoje o que você fará para colher nos próximos meses ou anos e tente ir executando o planejado aos poucos.
#2 Saiba que há males que vem para o bem
Uma das maiores crises da história, o crash da bolsa americana em 1929, desfavoreceu sobremaneira a industrialização no primeiro mundo, dificultando a exportação de produtos para os países menos desenvolvidos à época.
Ocorre que, ao mesmo tempo, esse fato favoreceu e muito a industrialização no Brasil, pois a indústria brasileira teve que se adaptar e se expandir para fazer a substituição dos produtos que tiveram a importação afetada.
Imagine o que seria da indústria brasileira hoje em dia caso a crise não houvesse existido. Teria a diversificação que tem hoje?
Com certeza não e o Brasil, consequentemente, teria se desenvolvido muito menos.
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Temos que enxergar o lado bom das coisas ruins, pois vivemos uma constante dicotomia universal, tudo tem seus dois lados.
Ação e Reação, O dia e a noite, o bem e o mal, o claro e o escuro, o amor e o ódio, a vida e a morte, a saúde e a doença.
Da mesma forma que épocas de bonança podem ter um lado negativo de trazer acomodação, épocas de crise podem ter um lado positivo de fazer com que, para superá-la, tenhamos que criar e aproveitar novas oportunidades que antes podiam não fazer sentido pela maldita acomodação.
A necessidade de se levantar e sacudir a poeira pode favorecer um novo rumo em nossas vidas e esse processo poderia jamais acontecer de outra forma.
Como Steve Jobs falava, só no futuro iremos unir os pontos, entender que determinadas coisas só aconteceram devido à outras.
Faça surgir novas oportunidades em vida, provoque isso.
Saia do marasmo, da acomodação.
Enxergue e supere os novos desafios que a vida está lhe impondo, no fim você verá que tudo dará certo.
Só mesmo no futuro é que poderemos dimensionar o que um mal trouxe de bem e o que um bem trouxe de mal, para isso precisaremos enxergar nas entrelinhas das situações que passamos e fizeram a nova realidade que estará vivenciando.
#3 Aprenda a podar o próprio ego
Por incrível que pareça, em épocas de crise nosso maior inimigo pode ser nós mesmos.
Conseguir dominar o orgulho, a soberba e aceitar que as coisas já não são mais as mesmas pode levar um tempo precioso para acontecer.
O problema é que talvez essa demora na aceitação da nova realidade possa dificultar ainda mais as coisas.
Entretanto, dentre tantas importantes decisões a serem tomadas para atenuar os efeitos da crise econômica, talvez essa seja a mais importante e acertada delas.
O pensamento que temos sobre nós mesmos, nosso ego, nos escraviza mais do que realmente imaginamos em nossas vidas, vivemos em uma sociedade onde o “Status Social” vale muito mais do que quem realmente somos e, inconscientemente, terminamos dando um valor exagerado a o que os outros pensam sobre nós, não nos permitindo, as vezes, ser nós mesmos em situações desse tipo.
Esse pensamento de manada, essa forma como nossa sociedade nos impele a pensar e agir de forma inconsciente, dita muito a forma como vivemos nossas vidas cotidianamente.
A cultura brasileira geralmente imprime uma ideia que diminuir de classe social ou entrar em falência é um atestado de incompetência e muita gente evita “mostrar” o momento de dificuldade, cavando ainda mais o próprio buraco.
Para isso tenta manter os mesmos hábitos de consumo, aumentando as dívidas e a bola de neve das contas a pagar.
Diferentemente da cultura americana, que atesta a falência tanto empresarial quanto pessoal como mais um aprendizado de vida e a oportunidade de aprender com os próprios erros e não mais cometê-los numa próxima tentativa.
Ao contrário do que muitos imaginam, nada melhor, numa crise financeira, do que ter uma atitude humilde. Tentar não pensar no que estão pensando a nosso respeito e procurar se concentrar na resolução dos problemas e não em aumentá-los irá ajudar mais do que atrapalhar.
Entrar nesse jogo social nos paralisa e nos faz agir em desacordo com o que realmente devemos fazer. Conseguir se libertar de si mesmo e do que os outros pensam lhe dará uma força adicional extraordinária, canalize essa energia extra para focar em coisas que tragam resultados efetivamente positivos.
#4 Tenha consciência que a verdadeira felicidade está nas coisas simples
Você pode ter bilhões de dólares em sua conta corrente e ser extremamente infeliz e isso não o fará ser o primeiro ser humano a se sentir assim.
Já é sabido que depois de suprirmos, de forma adequada, as necessidades básicas de moradia, alimentação, saúde, lazer, educação, entre outras, não necessitamos de muito mais dinheiro para sermos felizes.
Segundo o psiquiatra e escritor Augusto Cury, a chamada psico-adaptação, expressão criada por ele, faz com que nós nos adaptemos constantemente aos estímulos que nos geram tanto dor quanto prazer.
Essa síndrome pode nos favorecer ou nos prejudicar, pois ela pode nos fazer trocar de carro todo ano, mas também nos faz superar a dor da perda de um ente querido.
Se a usarmos com sabedoria, principalmente quando se trata de questões financeiras, podemos nos beneficiar muito a longo prazo, pois teremos a racionalidade de que não seremos mais felizes ao trocar de carro todo ano, podendo economizar um bom dinheiro com isso.
Ao mesmo tempo em que podemos pensar que também nos acostumaremos com situações financeiramente ruins como a que vivemos agora.
Ou seja, podemos concluir que nos acostumaremos a não ir a restaurantes caros, a não comprar roupas todo mês ou se já não viajamos tanto quanto antes.
E se dermos mais atenção às coisas que trazem felicidade real sem precisar gastar um centavo?
Coisas simples como:
- Ir com seu filho ao parque numa tarde de domingo;
- Escutar as músicas que gostava na sua adolescência;
- Ler aquele livro encostado na prateleira;
- Assistir as melhores trilogias do cinema;
- Passar uma tarde fazendo um castelo de areia na praia com seu filho;
- Caminhar ao nascer do sol ou da lua.
#5 Se reinvente, inove a sua história
As vezes a vida nos oferece alguns obstáculos que nos fazem, num primeiro momento, pensar que tudo está acabado, destruído.
Perdeu o emprego? Sua empresa está passando dificuldades ou faliu?
Essas fases da vida chegam a qualquer um e a qualquer momento e é praticamente impossível evitá-las por mais que se tente.
Os maiores empreendedores da história passaram pelas mesmas situações de estresse extremo, o detalhe nisso tudo é que eles com certeza souberam driblar, contornar de maneira diferenciada as atribulações da vida.
Ou se reinventando ou inovando a partir da crise estabelecida.
- Dê início ao seu sonho empreendedor, comece pequeno e cresça aos poucos;
- Desengavete aqueles projetos promissores que estavam parados por acomodação;
- Crie novos produtos ou serviços para diversificar suas receitas;
- Abrace uma nova profissão, dê vazão aquele sonho profissional antigo;
- Dê start naquele antigo plano B que tá encostado em sua mente;
- Estabeleça uma nova estratégia de vida;
- Veja a vida sob novas perspectivas, abra a mente;
- Crie novos diferenciais para o seu negócio
Uma das melhores atitudes diante dessas situações é a reinvenção e a época perfeita para isso é quando se está na pior. São nessas horas que a mente vai estar mais aberta a novos e necessários desafios, porque o medo de que algo dê errado praticamente não existe, diferentemente de quando se está numa boa situação e há o risco de uma mudança alterar essa realidade.
Como épocas de crise não distingue quase ninguém, é hora de se sobressair, pensando diferente da maioria e conduzindo seu caminhar para uma trilha própria, feita à mão por você mesmo.
Quando os tempos ruins passarem, e eles irão passar, você verá que irá colher belos frutos do aprendizado forçado.
#6 A necessidade faz o homem, dê adeus à acomodação
Épocas de crise são ideais para dar uma sacudida no marasmo profissional e chacoalhar as oportunidades que estão encalhadas por falta de iniciativa.
Nas épocas de bonança é muito comum nascer e florescer uma natural acomodação que aos poucos toma conta do indivíduo. Talvez alguns projetos promissores, concebidos anteriormente numa época de maior necessidade, fiquem engavetados por falta de motivação para pô-los em prática.
A queda de faturamento, perda de um emprego ou de uma fonte financeira é uma situação indesejada pela maioria das pessoas, mas se olharmos por outra perspectiva, é também uma oportunidade de inovar e mudar o rumo da própria história. Se você agir na hora e forma corretas poderá dar início a um futuro promissor como empreendedor por exemplo.
Todos sabemos que as grandes inovações da humanidade vieram a tona simplesmente para satisfazer alguma necessidade humana. Então nada mais natural do que aproveitar as fases em que há uma necessidade de agir e tentar criar novas oportunidades que floresçam num futuro próximo e assim reverter essa necessidade em benefícios.
Bem, o momento pode ser de se empobrecer financeiramente, mas também de enriquecer biografias. Um futuro promissor será reservado àqueles que acreditam que podem superar os desafios e ainda crescer com eles.
Muitas pessoas terão suas vidas e destinos mudados para sempre e terão muitas experiências aprendidas à força.
Porém algumas delas terão suas vidas mudadas para melhor depois da crise, isso é certo.
Talvez você seja uma delas e ainda não saiba.
